sábado, 31 de outubro de 2009

Uma Reflexão Sobre A Reforma Protestante


                                                                     
Dia 31 de outubro os cristãos evangélicos lembram da Reforma Protestante. Infelizmente, a maioria nem se preocupa em saber quem era Martinho Lutero, João Hus, João Calvino, Wycliffe, Zwinglio, e tantos e tantos outros, famosos e anônimos. Não é uma questão de idolatria disfarçada de veneração, como alguns segmentos cristãos fazem. É uma questão de lembrança do papel daqueles homens na história, e ainda maior importância deles no plano de Deus para a humanidade.

Não que eles sejam especiais para Deus. "O cristão mais famoso da terra, no céu é um anônimo na multidão dos santos" (alguém já disse). Mas eles foram relevantes na história, ao trazerem lemas como Só a Escritura, Só a Graça, Só a Fé, Um Só Cristo, Só a Deus Glória. Não tem nada mais cristão do que reafirmar o sacerdócio universal de todos os crentes, defender o acesso à Palavra de Deus a todos os homens, proclamar que Cristo é o Senhor, e que só devemos dar glórias ao Todo-Poderoso.

Lutero foi um homem admirável. Quando leio a sobre ele, admiro a pessoa, e o símbolo que ele se tornou, mesmo contra a própria vontade. Assim como admiro outros que o precederam (Wycliffe, por exemplo, foi perseguido por traduzir a Bíblia) e que o sucederam (John Wesley, por tudo o que fez, pela simplicidade), agiram não por mérito ou vanglória, mas simplesmente pela fé. Se estendêssemos Hebreus 11, acrescentaríamos versículos falando de tantos outros, conhecidos e desconhecidos, homens e mulheres, gente que conhecemos e gente que ouvimos falar...

Mas... O que ficou hoje? As igrejas evangélicas imersas em práticas extrabíblicas, algumas quase esotéricas, criando um verdadeiro "Talmude evangélico" (contrariando o Sola Scriptura). Outras, vinculando ofertas financeiras a bênçãos no céu, como se uma oferta maior fosse arrumar uma mansão melhor localizada na Jerusalém Celestial (contrariando o Sola Gratia e o Sola Fide). Ainda tem aquelas que tem lideranças tão personalistas, que quase tiram o senhorio de Cristo (e onde foi parar o Solo Christi?). E, nas horas vagas, entre os louvores vazios e sem conteúdo, as oratórias (pregações não, oratórias) que deixam o Senhor Jesus de lado, e as manifestações de qualquer coisa diferente do Espírito Santo... Eles ainda lembram de Deus e dão glórias. Ou seja, às vezes lembram do Soli Deo Gloria. Dureza.

É por isso que é bom sempre lembrar outro lema da Reforma: Ecclesia reformata semper reformanda: Igreja reformada, sempre reformando. Se Lutero estivesse vivo, mais de 450 anos depois, iria ficar no mínimo chocado, e provavelmente pensando: Foi para isso que eu me rebelei?

Deus tenha misericórdia da igreja, nessa data, 492 anos depois da (primeira) Reforma. Na verdade precisamos de uma segunda, terceira, quarta... E por aí vai.

Autor: Anônimo

Fonte: Observatótio Eclesiástico

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